A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou, nesta segunda-feira (14), que a organização criminosa que tentou articular um golpe de Estado após as eleições de 2022 deixou um extenso rastro de provas documentais. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que as evidências, que incluem gravações, manuscritos e trocas de mensagens, comprovam a intenção de romper com a ordem democrática no Brasil.
As alegações finais foram entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF) e se concentram no chamado "núcleo crucial" da trama golpista, que envolve oito acusados, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro. A PGR enfatiza que a materialidade dos crimes é inquestionável, citando fatos públicos e documentos que evidenciam a tentativa de desacreditar o sistema eleitoral e mobilizar forças armadas para fins antidemocráticos.
Entre as principais provas apresentadas estão uma live de Bolsonaro com ataques ao sistema eleitoral, reuniões com embaixadores e planos para desacreditar as urnas eletrônicas. Além disso, a PGR menciona a convocação do Alto Comando do Exército para discutir medidas golpistas e a destruição das sedes dos Três Poderes em Brasília, ocorrida em 8 de janeiro de 2023, como evidências de dano ao patrimônio público e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
A PGR conclui que a organização criminosa atuou de forma estruturada e hierárquica, com o objetivo de implementar um projeto autoritário que desrespeita os limites da Constituição, e que suas ações configuram crimes graves contra a democracia e as instituições do país.