O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou as alegações finais no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado, afirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro é o "principal articulador" de uma organização criminosa. O documento, protocolado no Supremo Tribunal Federal na noite de domingo (14), destaca que Bolsonaro teve um papel central na articulação de atos antidemocráticos após as eleições de 2022.
Gonet afirmou que as evidências demonstram que Bolsonaro liderou um movimento golpista, controlando manifestantes e instrumentalizando instituições estatais para fins pessoais e ilegais. "Sua liderança sobre o movimento golpista, o controle exercido sobre os manifestantes e a instrumentalização das instituições estatais são elementos que provam, sem sombra de dúvida, a responsabilidade penal do réu nos atos de subversão da ordem democrática", declarou o procurador.
Além disso, a PGR ressaltou que a instabilidade social observada após o resultado das eleições foi resultado de um plano meticuloso iniciado em 2021, com o objetivo de incitar uma intervenção militar. O texto menciona que a organização criminosa disseminou ataques aos poderes constitucionais e propagou a falsa narrativa de manipulação do sistema eletrônico de votação para prejudicar Bolsonaro.