A Polícia Federal (PF) deflagrou, na terça-feira (8), uma operação contra uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos para financiar campanhas eleitorais municipais no Ceará, realizadas em 2024. A investigação aponta que o grupo cobrava um 'pedágio' de até 12% sobre os valores das emendas destinadas às prefeituras.
Entre os alvos da operação está o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), que é acusado de participar do esquema. A apuração também menciona emendas enviadas por outros congressistas cearenses, incluindo o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que nega qualquer envolvimento. Os deputados Eunício Oliveira (MDB-CE) e Yury do Paredão (MDB-CE) também foram citados, mas não são alvos da operação.
Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto, foi identificado como um dos operadores do esquema e teve sua posse como prefeito suspensa pela Justiça Eleitoral devido ao suposto envolvimento com o grupo. Mensagens obtidas pela PF revelam discussões sobre o envio de emendas em troca de propina, caracterizando a prática como 'institucionalização de corrupção'. A investigação também analisa o favorecimento de empresas ligadas ao grupo político por meio de transferências voluntárias de recursos públicos.