A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (29) a Operação Korban, que investiga o desvio de emendas parlamentares destinadas à realização de jogos estudantis de esportes digitais. A operação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em Brasília, Acre, Paraná e Goiás, com foco na Associação Moriá, que recebeu aproximadamente R$ 15 milhões em emendas de senadores para os anos de 2023 e 2024. A suspeita é que R$ 13,2 milhões desse valor tenham sido desviados.
A investigação aponta que a Associação Moriá, além de receber emendas de senadores, também foi beneficiada por repasses de deputados, embora esses valores não tenham sido alvo da operação. Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), cerca de 90% dos recursos recebidos pela Moriá eram repassados a empresas terceirizadas, que estão sob suspeita de irregularidades.
O senador Izalci Lucas (PL-DF), um dos autores das emendas investigadas, não foi alvo da operação, mas afirmou que cancelou o repasse à associação. A PF destaca a relação próxima entre Izalci e Adriano Marrocos, contador apontado como lobista da Moriá, que teria participado de diversas audiências e eventos com o senador. A investigação também revela que o valor da emenda indicada por Izalci aumentou significativamente, passando de R$ 700 mil para R$ 9,4 milhões, levantando suspeitas sobre a legalidade do processo.
Além dos mandados de busca, o ministro do STF, Flávio Dino, determinou o sequestro de bens e o bloqueio de contas bancárias das empresas investigadas, totalizando até R$ 25 milhões, visando possíveis ressarcimentos. A operação visa garantir a transparência e a correta aplicação dos recursos públicos destinados a iniciativas de educação e esporte.