Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão desta quinta-feira, 10, com uma queda de 2%, à medida que investidores reavaliam os impactos das novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a diversos países, incluindo o Brasil. O movimento ocorre em um contexto de aumento da oferta da commodity, especialmente pelos Emirados Árabes Unidos, e discussões na Opep+ sobre uma possível pausa na elevação da produção.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou a US$ 66,57 o barril, uma queda de 2,65% ou US$ 1,81. O Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 2,21%, fechando a US$ 68,64 o barril. Segundo a Capital Economics, a expectativa de um aumento na produção dos Emirados Árabes Unidos, que pode chegar a 6 milhões de barris por dia até 2027, contribui para uma correção nos preços ao longo dos próximos anos.
Além disso, a pressão sobre os preços foi intensificada por um dólar mais forte, impulsionado pelos novos anúncios comerciais de Trump. A Opep+ está considerando uma pausa nos aumentos de produção, com uma decisão prevista para a reunião de agosto. Em um relatório recente, a Opep projetou que a demanda global por petróleo deve crescer nas próximas décadas, alcançando quase 123 milhões de barris por dia em 2050, com destaque para o aumento liderado por países da Índia, Ásia, Oriente Médio e África.
O Departamento de Energia dos EUA informou que os estoques de petróleo no país aumentaram em 7,07 milhões de barris na semana passada, o que também pode influenciar os preços. O Bank of America projeta que o preço médio do Brent deve se situar em US$ 64 por barril no segundo semestre, com atenção voltada para a saturação dos estoques na China e o impacto do excesso de barris da Opep+ na Europa e nos EUA.