Cientistas do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP anunciaram o desenvolvimento de uma vacina inovadora contra o vírus Zika, utilizando uma tecnologia baseada em partículas semelhantes ao vírus (VLPs). A abordagem, que não envolve o uso de material genético do patógeno, promete maior segurança e eficácia na imunização. O estudo foi publicado na revista Nature e destaca a importância da vacina na proteção contra os danos causados pelo vírus, especialmente em órgãos reprodutivos.
A vacina utiliza uma plataforma já bem estudada, chamada QβVLP, que imita a estrutura viral, e um antígeno específico do vírus Zika, conhecido como EDIII. Os testes realizados em camundongos geneticamente modificados mostraram que a vacina induziu a produção de anticorpos capazes de neutralizar o vírus, prevenindo a exacerbação da infecção e o surgimento de sintomas.
Os pesquisadores também observaram que a vacina protegeu camundongos machos contra danos testiculares, um fator crucial devido aos riscos da transmissão sexual do vírus Zika. Além disso, a nova formulação evita reações cruzadas com outros vírus, como os sorotipos da dengue, um desafio significativo no desenvolvimento de vacinas.
O artigo completo sobre a pesquisa, intitulado "A VLPs based vaccine protects against zika virus infection and prevents cerebral and testicular damage", pode ser acessado no site da Nature. A pesquisa representa um avanço importante na luta contra o vírus Zika, que continua a ser uma preocupação de saúde pública em várias regiões do mundo.