Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e do Instituto Fraunhofer IVV, na Alemanha, anunciaram o desenvolvimento de um novo alimento à base de farinha de girassol, que pode servir como substituto da carne. O projeto, apoiado pela Fapesp, visa atender à crescente demanda por opções alimentares sustentáveis e de origem vegetal, especialmente em um contexto onde o cultivo do girassol está em expansão no Brasil.
A farinha é obtida após a extração do óleo das sementes de girassol, com a remoção de cascas e compostos fenólicos que afetam sua digestibilidade. Duas formulações foram criadas: uma com farinha de grãos torrados e outra com proteína texturizada de girassol, ambas enriquecidas com tomate em pó e uma mistura de óleos saudáveis. As amostras foram moldadas em mini-hambúrgueres e submetidas a avaliações sensoriais e físico-químicas.
Os resultados mostraram que a versão com proteína texturizada apresentou consistência superior e altos teores de proteínas e ácidos graxos monoinsaturados, além de significativos teores minerais, como ferro e zinco, atingindo até 95% da ingestão diária recomendada. A pesquisadora Maria Teresa Bertoldo Pacheco destacou que a farinha possui sabor neutro, o que a torna uma opção atraente no mercado de proteínas vegetais.
Pacheco também enfatizou a importância da colaboração com pesquisadores alemães, que possibilitou a troca de conhecimentos e técnicas. O estudo, intitulado "Exploring new plant-based products: Acceptance of sunflower meal as a protein source in meat alternative products", representa um avanço significativo no aproveitamento do girassol e na valorização de suas propriedades nutricionais.