Pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de São Paulo (USP) concluíram com sucesso os testes de uma vacina contra o vírus zika em camundongos geneticamente modificados. Os resultados, divulgados nesta semana, indicam que o imunizante é seguro e eficaz, induzindo a produção de anticorpos que neutralizam o vírus e impedem o desenvolvimento de sintomas e lesões.
Os testes foram realizados em um modelo animal mais suscetível ao vírus, e os pesquisadores também analisaram os efeitos da infecção em diversos órgãos, incluindo rins, fígado, ovários, cérebro e testículos, com destaque para os últimos. A vacina utiliza uma plataforma de partículas semelhantes ao vírus (VLPs), que elimina a necessidade de adjuvantes, substâncias que potencializam a resposta imune.
O grupo, liderado pelo médico Gustavo Cabral de Miranda, busca agora financiamento para avançar para a fase de testes em humanos, um processo que pode demandar milhões de reais. Enquanto isso, a equipe investiga outras abordagens, como vacinas de RNA mensageiro, e continua a desenvolver a tecnologia que já foi aplicada na produção de vacinas contra a covid-19, com o objetivo de aumentar a capacidade de resposta a futuras pandemias.
Miranda, que teve experiência em Oxford, destaca que a tecnologia utilizada na vacina contra o zika é baseada em um antígeno viral específico, que estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos. O avanço nas pesquisas representa um passo significativo na luta contra o vírus zika, que continua a ser uma preocupação de saúde pública no Brasil e em outras regiões.