Uma nova pesquisa do Fórum Econômico Mundial indica que mais de 90% dos empregadores utilizam sistemas automatizados para filtrar candidaturas, enquanto 88% já empregam inteligência artificial (IA) na triagem inicial de candidatos. A Unilever, por exemplo, economiza 50.000 horas e mais de US$ 1 milhão ao usar ferramentas de IA da HireVue para avaliar candidatos em início de carreira. No entanto, um estudo recente, que analisou mais de 13.000 participantes, aponta que essa prática pode distorcer a forma como os candidatos se apresentam durante o processo seletivo.
Os resultados da pesquisa, que contou com a colaboração da startup Equalture, mostram que os candidatos tendem a enfatizar traços analíticos quando acreditam que estão sendo avaliados por IA, em detrimento de qualidades humanas como empatia e criatividade. Essa mudança de comportamento pode levar a uma representação homogênea dos candidatos, afetando a diversidade e a eficácia das contratações. As empresas podem, assim, acabar eliminando perfis inovadores e emocionalmente inteligentes, que são essenciais para o sucesso organizacional.
Além disso, a pesquisa alerta para a possibilidade de comprometimento da validade das avaliações, uma vez que os candidatos podem alterar suas respostas para atender às expectativas percebidas da IA. Isso levanta preocupações sobre a qualidade dos dados coletados e a real capacidade de medir habilidades autênticas. Com novas regulamentações de transparência, como a Lei de IA da União Europeia, as organizações precisam estar atentas a esses desafios, que podem impactar não apenas a contratação, mas também a promoção interna e a diversidade de suas equipes.