Uma pesquisa inédita divulgada recentemente trouxe à tona dados significativos sobre a população LGBTQIA+ brasileira, que representa cerca de 10% da população com 16 anos ou mais, totalizando aproximadamente 15 milhões de pessoas. O estudo, que analisou aspectos como escolaridade e empregabilidade, revelou que 57% da comunidade LGBT+ possui ensino médio completo, superando a média nacional de 46%. No ensino superior, a diferença é ainda mais acentuada, com 28% da população LGBTQIA+ tendo formação superior, em comparação a 21% da população geral.
Apesar dos avanços educacionais, a pesquisa também destacou os desafios enfrentados por essa comunidade, que lida com altos índices de discriminação e violência. Nos últimos 24 meses, 60% da população LGBTP relatou ter sofrido violência moral, enquanto 77% da população trans/travesti enfrentou violência verbal. Além disso, 58% dos entrevistados afirmaram ter sido alvo de comentários maldosos no ambiente de trabalho, com esse número subindo para 80% entre trans e travestis.
A aceitação social da comunidade LGBTQIA+ foi outro ponto abordado no estudo. Embora 92% dos entrevistados não se importem em ter um chefe ou vizinho LGBTQIA+, a aceitação diminui em contextos familiares, com apenas 64% aceitando um genro ou nora da comunidade. O analista Márcio Borges, do Sebrae, ressaltou a importância de compreender as consequências da discriminação, que afeta a saúde mental e a segurança física das pessoas LGBTQIA+ no Brasil.