Uma pesquisa realizada em favelas de todo o Brasil, envolvendo 16 mil moradores e mil voluntários da Central Única das Favelas (Cufa), revelou percepções sobre consumo, condições de vida e anseios da população. O estudo, conduzido pelo instituto Data Favela, desafiou estereótipos ao mostrar que as comunidades possuem um ambiente comercial ativo, com acesso a marcas e plataformas populares no país.
Os dados indicam que 83% dos entrevistados preferem produtos que sejam ao mesmo tempo acessíveis e de qualidade. Além disso, 62% se sentem excluídos por não poderem consumir itens da moda, enquanto 50% relataram já ter enfrentado constrangimentos por limitações financeiras. A pesquisa também destacou a importância da aparência, com 77% dos moradores afirmando se importar com a estética e 57% considerando produtos de beleza como essenciais.
Em relação aos principais anseios, 19% dos entrevistados desejam melhores condições de moradia, seguidos por 18% que buscam mais acesso a serviços de saúde. A pesquisa também revelou que 60% dos moradores realizam compras online, com plataformas como Shopee e Mercado Livre sendo as mais utilizadas. No entanto, 60% relataram problemas com atrasos nas entregas, evidenciando desafios no acesso ao comércio eletrônico.
Esses resultados ressaltam a complexidade da vida nas favelas, onde o desejo de consumo é forte, mas enfrenta barreiras significativas. A pesquisa não apenas ilumina as aspirações dos moradores, mas também os desafios que eles enfrentam em um cenário de desigualdade social.