No último sábado, 19, pescadores capturaram um peixe-leão (Pterois volitans) em Taipu de Dentro, um estuário na cidade de Maraú, na Baía de Camamu, sul da Bahia. Este é o segundo registro da espécie na região, que já havia sido avistada em fevereiro em Morro de São Paulo.
Originário da região indo-pacífico, o peixe-leão foi identificado pela primeira vez no Brasil em 2014, no litoral do Rio de Janeiro, e desde então sua presença foi registrada em outros estados, como Pernambuco, Ceará e Alagoas. A espécie é considerada uma ameaça ao equilíbrio dos ecossistemas marinhos brasileiros, pois não possui predadores naturais e compete desigualmente por recursos alimentares, o que pode prejudicar o desenvolvimento de outras espécies.
O peixe-leão é dotado de 18 espinhos venenosos, e o contato com humanos pode resultar em dor intensa, náuseas e até convulsões. Cada fêmea pode produzir até 30 mil ovos, que eclodem em apenas 26 dias, e a espécie é conhecida por sua voracidade, podendo consumir até 20 peixes em 30 minutos.
Stella Furlan, supervisora de meio ambiente da Secretaria de Meio Ambiente de Maraú, alertou sobre a necessidade de uma força-tarefa entre pesquisadores, nativos e pescadores para controlar a população do peixe-leão, enfatizando que a espécie exótica não tem competidores naturais na região e representa um risco significativo para a pesca local.