O pastor Davi Nicoletti, fundador da Igreja Recomeçar, está sob investigação da Polícia Civil de São Paulo por suposto envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado a uma pirâmide financeira que utiliza criptomoedas. O inquérito, que teve início em 2019, apura a movimentação de R$ 4,03 milhões na conta da igreja, provenientes de depósitos de pessoas associadas à MDX Capital Miner Digital LTDA, acusada de liderar o esquema. Segundo o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), essas transferências não apresentavam justificativas econômicas claras e visavam ocultar a origem dos recursos.
Nicoletti, que possui 72 mil seguidores no Instagram, negou as acusações e afirmou que o inquérito será arquivado, classificando as informações do Coaf como “mentirosas”. Recentemente, ele gerou polêmica ao afirmar, durante um culto, que “odeia pobre” e criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que gerou repercussão negativa nas redes sociais. O pastor defendeu suas declarações, alegando que foi mal interpretado.
A investigação sobre a MDX Capital inclui várias ações judiciais de investidores que alegam ter sido lesados, com um deles reportando perdas de R$ 200 mil após investimentos realizados durante cultos. Embora a defesa de Nicoletti afirme que o inquérito foi arquivado por falta de provas, a apuração sobre o uso da igreja para ocultar recursos ilícitos permanece em andamento, com o Ministério Público aguardando a conclusão das diligências solicitadas à Delegacia de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro.