Mansour Abu Al-Khaier, um palestino de 45 anos, expressou sua indignação em relação ao plano do presidente dos EUA, Donald Trump, que sugere o deslocamento da população de Gaza, estimada em 2,3 milhões de pessoas. Al-Khaier, assim como outros moradores do enclave, considera a proposta inaceitável, afirmando: "Esta é a nossa terra. Para quem a deixaríamos? Para onde iríamos?". O plano, que conta com o apoio de Israel, foi discutido durante um encontro entre Trump e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca.
Netanyahu, em declarações à imprensa, afirmou que os Estados Unidos e Israel estão colaborando com países vizinhos para oferecer aos palestinos um "futuro melhor". Ele sugeriu que os moradores de Gaza teriam a opção de se mudar para nações próximas, embora a porta-voz de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani, tenha levantado preocupações sobre a possibilidade de transferências forçadas, questionando a viabilidade de um deslocamento considerado voluntário no atual contexto.
A ideia de deslocar palestinos de Gaza não é nova, tendo sido mencionada por Trump logo após assumir a presidência. No entanto, tanto a Jordânia quanto o Egito rejeitaram a proposta, assim como grupos de direitos humanos, que a classificaram como uma forma de limpeza étnica. Os palestinos, que buscam um estado independente nas regiões ocupadas, continuam a resistir a qualquer plano que comprometa sua permanência em sua terra natal, temendo a repetição da "Nakba", que resultou na criação de Israel em 1948.