O pacote fiscal proposto pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi aprovado pela Câmara dos Representantes em 3 de julho, com 218 votos a favor e 214 contra. Economistas alertam que essa medida pode piorar a trajetória da dívida pública do país, que já se encontra em níveis alarmantes. O projeto mantém cortes de impostos e reduz gastos com programas sociais, como o Medicaid e o auxílio alimentação, além de isentar tributos sobre gorjetas e horas extras.
De acordo com o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), a proposta pode adicionar US$ 3,3 trilhões ao déficit público nos próximos dez anos. Apesar de ter como objetivo estimular a economia, especialistas afirmam que o pacote não terá um impacto positivo significativo no crescimento econômico e poderá aumentar o déficit fiscal, que já alcançou US$ 1,36 trilhão em 2024, um aumento de 14% em relação ao ano anterior.
A dívida bruta dos EUA atingiu 120,9% do PIB no primeiro trimestre de 2025, totalizando US$ 36,2 trilhões. O economista Fábio Kanczuk, do ASA, destaca que a política fiscal expansionista pode levar a um aumento insustentável da dívida, que deve crescer entre 3 a 4 pontos percentuais ao ano em relação ao PIB. Ele também observa que a desvalorização do dólar e o aumento dos juros de longo prazo são consequências prováveis desse cenário fiscal incerto.
Kanczuk alerta que a trajetória do endividamento precisará ser resolvida, seja por meio de inflação ou mudanças nas políticas fiscais, como o aumento de impostos. A situação atual levanta preocupações sobre a sustentabilidade da dívida pública dos EUA e suas implicações para a economia global.