Pacientes oncológicas e representantes da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) realizaram uma manifestação nesta quarta-feira (9) em frente ao Ministério da Saúde, em Brasília. O ato teve como objetivo reivindicar o acesso a tratamentos para câncer de mama em estágio avançado e metastático, que já foram aprovados, mas ainda não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com Mely Paredes, Coordenadora de Comunicação da Femama, a mobilização visa sensibilizar o Ministério da Saúde para a necessidade de disponibilização de medicamentos que constam no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do câncer de mama, publicado em dezembro de 2022. O PCDT Rosa padroniza e regulamenta as linhas de cuidado e os medicamentos para o tratamento da doença, mas a falta de regulamentação impede que pacientes tenham acesso a terapias essenciais.
A campanha "PCDT Rosa: quantos passos faltam?" destaca a demora na implementação das diretrizes e a realidade enfrentada por muitas mulheres que, apesar de receberem tratamentos, não têm acesso às opções mais adequadas. A Femama aponta que, mesmo após seis meses da publicação do PCDT, a maioria das pacientes com câncer de mama avançado ainda não consegue acessar os novos medicamentos, o que compromete sua qualidade de vida e taxa de sobrevida.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que cerca de 74 mil novos casos de câncer de mama são esperados anualmente no Brasil, com 75% da população dependendo do SUS. A Femama enfatiza que a efetividade das políticas públicas deve se refletir na disponibilização integral dos tratamentos estabelecidos pela regulamentação, para que todas as pacientes tenham acesso ao cuidado necessário.