A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) anunciou em junho que seus 32 países membros devem elevar seus gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2035. Essa nova meta, considerada ambiciosa, surge em um contexto de crescente tensão geopolítica, especialmente devido à guerra na Ucrânia e ao conflito entre Israel e Hamas. Atualmente, apenas dois países, Estônia e Lituânia, já atingem o patamar de 5%, enquanto nove nações do bloco não alcançaram nem os 2% estabelecidos em 2014.
Os países têm um prazo de dez anos para mais que dobrar seus investimentos em defesa, com a expectativa de que essa elevação seja impulsionada por uma reavaliação das prioridades de segurança. De acordo com um levantamento do Atlantic Council, 29 dos 32 membros da aliança já haviam definido metas de gastos elevados antes da oficialização da nova diretriz. A Polônia lidera os gastos com 4,12% do PIB, seguida pela Estônia (3,43%) e pelos Estados Unidos, que investem US$ 967,7 bilhões em 2024.
A nova meta de 5% é dividida em 3,5% para investimentos diretos em defesa e 1,5% para gastos estratégicos, como infraestrutura. A Itália, que atualmente gasta 1,49% do PIB em defesa, planeja classificar a construção de uma ponte entre a Península Itálica e a Sicília como um investimento militar, visando atingir a meta de 2% até o final do ano. Por outro lado, a Dinamarca, com gastos de 2,37% do PIB, aprovou a inclusão de mulheres no serviço militar obrigatório, parte de um esforço para aumentar seus investimentos em segurança.
Além disso, Alemanha e Reino Unido, sob pressão dos Estados Unidos, estão em negociações para um acordo militar que pode elevar suas despesas com defesa. Espera-se que um tratado seja assinado até 17 de julho, reforçando a colaboração entre as duas potências europeias e suas obrigações dentro da OTAN.