Mais de 100 organizações humanitárias, incluindo Save the Children, Oxfam e Médicos Sem Fronteiras, emitiram um comunicado nesta terça-feira (22) denunciando a grave crise alimentar em Gaza, caracterizada por uma "fome generalizada". O documento destaca que a situação se agravou desde que a Fundação Humanitária de Gaza, respaldada por Estados Unidos e Israel, assumiu as operações de ajuda no território, substituindo a resposta humanitária coordenada pela ONU.
As agências relatam que mais de dois milhões de palestinos enfrentam escassez severa de alimentos e produtos essenciais, com distribuições de ajuda limitadas a uma média de apenas 28 caminhões por dia, muito aquém dos 600 caminhões necessários para atender a população. A ONU também informou que forças israelenses mataram mais de 1.000 palestinos que buscavam ajuda alimentar desde o início das novas operações de assistência.
O comunicado ressalta o impacto devastador da crise sobre as crianças, que expressam o desejo de "ir para o céu" em busca de alimento. Além disso, mães têm implorado por leite em fórmula nas portas dos hospitais, evidenciando a urgência da situação. As organizações pedem um cessar-fogo permanente, a suspensão de restrições e a reabertura de passagens terrestres para permitir a entrada de ajuda humanitária.
Enquanto isso, o Cogat, órgão militar israelense responsável pela coordenação da ajuda, afirmou que atua em conformidade com o direito internacional, mas as agências humanitárias acusam Israel de impedir o acesso a suprimentos essenciais. A pressão internacional sobre Israel aumenta à medida que a situação humanitária em Gaza se torna cada vez mais crítica.