Mais de 100 organizações humanitárias e de direitos humanos emitiram um alerta sobre a grave crise humanitária na Faixa de Gaza, causada pelo bloqueio imposto por Israel e pela ofensiva militar em curso. Entre a noite de terça-feira, 22, e a manhã de quarta-feira, 23, bombardeios israelenses resultaram na morte de 21 pessoas, segundo autoridades locais de saúde. As entidades, incluindo Médicos Sem Fronteiras e Save the Children, afirmam que a população local está sendo empurrada para a fome e que seus colegas e os palestinos atendidos estão se definhando.
Em uma carta aberta, as organizações responsabilizaram as restrições israelenses e os ataques em pontos de distribuição de ajuda. Testemunhas e representantes da ONU relataram que forças israelenses dispararam contra multidões em busca de alimentos, resultando em mais de mil mortes, embora Israel negue esses números e afirme que seus soldados apenas disparam tiros de advertência.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, destacou que Gaza enfrenta um aumento alarmante de desnutrição e doenças relacionadas, com uma grande parte dos 2 milhões de habitantes passando fome. A OMS informou que centros de atendimento a desnutrição estão sobrecarregados e sem suprimentos, com mais de 30 mil crianças menores de 5 anos em estado de desnutrição aguda. Enquanto isso, o governo israelense atribui as falhas na entrega de ajuda às agências da ONU e acusa as ONGs de propagarem a narrativa do Hamas.
Em meio a essa crise, o enviado do governo Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, se prepara para se reunir com um alto funcionário israelense para discutir um possível cessar-fogo. O Hamas exige um cessar-fogo permanente e a retirada das forças israelenses em troca dos cerca de 50 reféns que ainda mantém, enquanto Israel promete continuar a ofensiva até derrotar ou desarmar o grupo. Desde outubro, mais de 59 mil palestinos foram mortos, com mais da metade sendo mulheres e crianças.