Sete advogados foram presos em Cuiabá, Mato Grosso, durante a Operação Sepulcro Caiado, deflagrada pela Polícia Civil, que investiga um esquema de desvios de recursos públicos que causou um prejuízo superior a R$ 21 milhões. A operação resultou no afastamento preventivo de três servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que teriam colaborado com os advogados nas irregularidades relacionadas à conta de depósito judicial.
A decisão do TJMT, tomada na quarta-feira (30), suspendeu os acessos dos servidores aos sistemas processuais e administrativos do Judiciário por um período de 60 dias. Além disso, a servidora que chefiava o Departamento do Funajuris foi exonerada. Uma sindicância investigatória será instaurada para apurar as movimentações financeiras desde maio de 2011.
O presidente do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, anunciou a criação de uma Comissão Especial de Auditoria para revisar todos os pagamentos e alvarás expedidos no período em questão. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) também acompanha a operação e buscará informações sobre a conduta dos advogados envolvidos, visando a apuração junto ao Tribunal de Ética e Disciplina.
Segundo as investigações, o grupo criminoso utilizava ações de cobrança na Justiça para simular pagamentos de dívidas, utilizando comprovantes falsos de depósitos judiciais. Um servidor do TJMT alterava o sistema para que o dinheiro aparecesse como disponível, permitindo a emissão e o saque dos valores por meio de alvarás.