A Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram nesta terça-feira (22) a Operação Route 156, visando investigar indícios de direcionamento de licitações e desvio de recursos públicos em contratos de manutenção da rodovia BR-156, no Amapá. A operação surge após denúncias recebidas em 2024, que apontaram fraudes em pelo menos quatro pregões eletrônicos, totalizando mais de R$ 60 milhões em contratos suspeitos sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
De acordo com a CGU, as investigações revelaram que empresas teriam recebido indevidamente R$ 32 milhões em recursos federais entre 2024 e 2025. Um dos contratos analisados apresentou uma execução de apenas 16% do orçamento após mais de um ano, indicando lentidão nas obras. A PF detalhou que o grupo criminoso simulava concorrência em licitações, utilizando propostas fictícias e cláusulas restritivas, além de omissões de servidores públicos na fiscalização.
A operação, autorizada pela 4ª Vara Federal do Amapá, inclui 11 mandados de busca e apreensão em diversos estados, com a participação de 45 policiais federais e auditores da CGU. Entre as medidas, destaca-se o afastamento cautelar do superintendente do DNIT no Amapá e o bloqueio de bens dos investigados, totalizando mais de R$ 8 milhões. Durante as buscas, a PF apreendeu armamentos e itens de luxo, incluindo veículos e obras de arte, em Minas Gerais.
As investigações continuam, com a expectativa de elucidar a extensão das fraudes e responsabilizar os envolvidos. A operação é um reflexo do compromisso das autoridades em combater a corrupção e garantir a integridade nas licitações públicas.