Na quarta-feira (15), o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Polícia Federal iniciaram a Operação Magna Fraus, visando desmantelar um esquema de fraudes milionárias que envolve criptoativos e o sistema de pagamentos instantâneos, o PIX. A investigação revelou um grupo criminoso que teria desviado mais de R$ 500 milhões em um curto período de três horas, caracterizando o maior golpe cibernético já registrado contra instituições financeiras no Brasil.
Os agentes da Polícia Civil de São Paulo recuperaram R$ 5,5 milhões em criptoativos durante a operação, que começou na terça-feira (14). A chave privada para acessar essas criptomoedas foi encontrada em um dos locais vasculhados, permitindo a transferência imediata dos valores para a custódia do MP-SP. Dois mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão foram cumpridos em Goiás e Pará, e os investigados enfrentam acusações de invasão de dispositivo informático, furto mediante fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A investigação aponta que os criminosos atacaram uma empresa de tecnologia que conecta bancos ao Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), facilitando as transações via PIX. O ataque, que ocorreu na madrugada de 30 de junho, permitiu que os golpistas realizassem uma série de transferências fraudulentas, utilizando ordens falsas de PIX. Um dos suspeitos, João Nazareno Roque, funcionário da empresa C&M Software, foi preso no dia 3 de julho e confessou ter vendido sua senha a hackers, facilitando o golpe.
O delegado Paulo Barbosa destacou que a C&M presta serviços a mais de 23 instituições financeiras e que, embora não seja possível divulgar o valor exato do prejuízo, ele é considerado o maior da história do Brasil. A C&M Software afirmou que está colaborando com as investigações e que tomou medidas para evitar novas fraudes desde a identificação do ataque.