O escritório de direitos humanos da ONU anunciou na última sexta-feira que, desde o restabelecimento da entrada de ajuda humanitária em Gaza, em maio, foram registrados pelo menos 798 assassinatos. As vítimas foram baleadas enquanto se aproximavam de locais de coleta de ajuda, incluindo postos administrados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que conta com o apoio dos Estados Unidos e de Israel.
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Ravina Shamdasani, informou que 615 das mortes ocorreram nas proximidades dos locais da GHF, enquanto 183 foram registradas presumivelmente ao longo das rotas de comboios humanitários. A GHF, que começou a distribuir pacotes de alimentos em Gaza no final de maio, utiliza empresas privadas de segurança e logística dos EUA, desconsiderando um sistema de ajuda liderado pela ONU.
As Nações Unidas classificaram o plano da GHF como "inerentemente inseguro" e uma violação das normas de imparcialidade humanitária, levantando preocupações sobre a segurança das operações de ajuda na região. A GHF nega que incidentes tenham ocorrido em seus locais de atendimento, apesar do alarmante balanço de mortes.
Os ataques de Israel na Faixa de Gaza têm contribuído para a crescente crise humanitária, com a ONU e outras organizações de direitos humanos pedindo uma revisão urgente das práticas de assistência e segurança na região, a fim de proteger a vida dos civis e garantir a entrega efetiva de ajuda humanitária.