A relatora especial da ONU para os direitos humanos, Elisa Morgera, apresentou um relatório à Assembleia Geral das Nações Unidas, defendendo a criminalização da desinformação climática e o fim do lobby e da publicidade de combustíveis fósseis. O documento, intitulado “O imperativo de desfossilizar nossas economias”, argumenta que a continuidade do uso de carvão, gás e petróleo representa uma grave ameaça aos direitos humanos e ao equilíbrio ambiental global.
Morgera destaca que a indústria de combustíveis fósseis é a principal responsável pela crise climática, atuando para sabotar ações globais de combate ao aquecimento. O relatório recomenda a proibição de investimentos e subsídios a esses combustíveis, além de sanções contra práticas de greenwashing e ataques a defensores ambientais. "A desinformação climática deve ser tratada como crime", afirma a relatora.
O documento também aponta para violações de direitos humanos associadas à exploração de combustíveis fósseis, afetando especialmente povos indígenas e comunidades vulneráveis. Apesar do crescimento das energias renováveis, a extração de petróleo e gás deve continuar, comprometendo as metas climáticas internacionais.
Morgera critica os lucros bilionários da indústria fóssil, que em 2023 somaram cerca de US$ 4,9 trilhões, enquanto os danos sociais e ambientais se acumulam. Ela defende que a eliminação de subsídios a esses combustíveis pode reduzir as emissões globais em até 10% até 2030, ressaltando que uma economia baseada em energias renováveis é mais segura e saudável.