Relatos alarmantes de mortes por desnutrição na Faixa de Gaza levaram as Nações Unidas (ONU) e a União Europeia (UE) a exigir que Israel facilite a distribuição de ajuda humanitária na região. A situação se agrava, com moradores relatando escassez extrema de alimentos e condições de vida insustentáveis. O chefe da emergência do principal hospital local informou que a maioria dos pacientes internados apresenta quadro de desnutrição grave, com 20 mortes registradas nas últimas 48 horas, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
O governo israelense, por sua vez, refuta as alegações de fome generalizada, acusando o Hamas de desviar alimentos destinados à população. A porta-voz da agência da ONU para refugiados palestinos destacou que médicos e trabalhadores humanitários estão desmaiando devido à fome e exaustão, enquanto a associação de jornalistas da France Presse alertou que seus profissionais podem não conseguir continuar trabalhando sem uma intervenção urgente.
A indignação internacional cresce, com o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, expressando horror ao ver as imagens da crise humanitária. Desde o início das operações de ajuda em 27 de maio, a ONU reportou 1.054 mortes de pessoas que tentavam receber assistência. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou as imagens de palestinos morrendo em busca de comida como "insuportáveis". A ONU já qualificou o atual sistema de entrega de alimentos em Gaza como "uma armadilha mortal sádica".