A crise humanitária em Gaza atinge níveis alarmantes, com a ONU reportando um aumento significativo na fome entre a população palestina. Em um comunicado emitido nesta terça-feira (22), o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou a gravidade da situação, afirmando que 'a fome está batendo em todas as portas' e que a desnutrição cresce de forma vertiginosa. Desde o início do conflito em outubro de 2023, mais de 1.000 palestinos foram mortos enquanto buscavam alimentos, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que começou a distribuir cestas básicas em 26 de maio, enfrenta críticas por sua atuação em meio ao bloqueio imposto por Israel, que limitou a entrada de ajuda humanitária. Dados indicam que, em média, mais de 18 palestinos têm sido mortos diariamente ao tentarem acessar alimentos, com a maioria das mortes ocorrendo nas proximidades das instalações da GHF e de comboios de ajuda da ONU.
A situação é ainda mais crítica para as crianças, com relatos de que 101 palestinos, incluindo 80 crianças, morreram de desnutrição desde o início da guerra. Médicos em Gaza alertam que cerca de 900 mil crianças enfrentam fome severa, e a escassez de recursos médicos agrava a situação. A agência France-Presse também destacou que seus repórteres na região estão em risco devido à falta de alimentos e condições precárias, enquanto a Defesa Civil e a ONG Médicos Sem Fronteiras relatam um aumento nos casos de desnutrição na população local.