Duas organizações israelenses de direitos humanos, B’Tselem e Physicians for Human Rights (PHR), afirmaram nesta segunda-feira, 28, que Israel está cometendo genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza. As entidades destacam que os aliados ocidentais de Israel têm a obrigação legal e moral de agir para evitar a intensificação da crise humanitária na região.
A declaração marca um momento significativo, uma vez que é a primeira vez que grupos de defesa dos direitos humanos de Israel endossam essa conclusão, que já havia sido denunciada por organizações internacionais como a Anistia Internacional. Os relatórios, lançados em conjunto, apontam que as políticas israelenses e as declarações de autoridades sobre os objetivos da guerra contribuíram para essa avaliação.
Guy Shalev, diretor da PHR, ressaltou que as acusações de genocídio são frequentemente desconsideradas como antissemitas. Ele expressou a esperança de que os comunicados das ONGs ajudem a conscientizar a população sobre a realidade da situação. O governo israelense, por sua vez, defende que está em uma guerra existencial e nega as acusações, alegando que são infundadas e antissemitas.
Os relatórios da B’Tselem e da PHR, que não puderam acessar Gaza durante o conflito, baseiam-se em relatos, documentos e análises de especialistas jurídicos. O PHR identificou pelo menos três atos que configuram genocídio segundo o direito internacional, incluindo a imposição de condições que visam a destruição física de um grupo específico. Shalev, que é neto de um sobrevivente do Holocausto, expressou a dor de chegar a essa conclusão.