Uma onda de calor extremo que atingiu a Europa Ocidental entre 23 de junho e 2 de julho resultou na morte de 2,3 mil pessoas em 12 grandes cidades, conforme estimativa divulgada nesta quarta-feira (9) por pesquisadores do Imperial College de Londres e da Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical. Deste total, 1,5 mil óbitos foram atribuídos diretamente às mudanças climáticas provocadas pela ação humana, como a emissão de gases do efeito estufa.
As temperaturas em várias cidades, incluindo Madrid, Lisboa, Londres e Frankfurt, superaram em até 4ºC os níveis normais, com registros de até 46ºC em algumas regiões da Espanha e Portugal. A pesquisa destaca que, sem a influência das mudanças climáticas, o número de mortes poderia ter sido reduzido para cerca de 800. A gravidade das ondas de calor tem aumentado, triplicando o número estimado de fatalidades, segundo os cientistas.
O estudo também ressalta que as ondas de calor são frequentemente subnotificadas, sendo conhecidas como "assassinos silenciosos", pois não deixam um rastro visível de destruição. Os efeitos do calor são especialmente perigosos para grupos vulneráveis, como idosos e pessoas com condições de saúde preexistentes. A onda de calor de junho foi a mais intensa já registrada na Europa Ocidental, contribuindo para um aumento significativo de incêndios florestais em várias regiões do continente, incluindo a França, onde mais de 100 pessoas ficaram feridas e centenas foram evacuadas devido às chamas.