Entre 23 de junho e 02 de julho de 2025, uma intensa onda de calor resultou na morte de aproximadamente 2.300 pessoas em 12 cidades europeias, conforme revelado por uma análise do World Weather Attribution (WWA). O estudo aponta que cerca de 1.500 dessas fatalidades foram diretamente atribuídas ao aquecimento global, que elevou as temperaturas em até 4 °C acima do normal.
As cidades afetadas incluem Londres, Paris, Frankfurt, Zagreb, Budapeste, Atenas, Roma, Milão, Sassari, Barcelona, Madri e Lisboa. Durante o período, cidades como Paris e Madri registraram temperaturas de até 40 °C, enquanto algumas regiões da Espanha e de Portugal chegaram a 46 °C. O fenômeno foi causado por um “domo de calor”, um sistema de alta pressão que aprisiona o ar quente, resultando em consequências severas como incêndios florestais e desligamentos de reatores nucleares.
A pesquisa indica que 65% das mortes por calor durante a onda podem ser atribuídas à ação humana sobre o clima. A maioria das vítimas, 88%, tinha 65 anos ou mais, evidenciando a vulnerabilidade dos idosos. Milão registrou o maior número absoluto de mortes, com 317 vítimas, enquanto em Madri, mais de 90% das fatalidades por calor foram causadas pela mudança climática.
Os especialistas ressaltam que as cidades não estavam preparadas para enfrentar tal evento, com infraestrutura inadequada e falta de áreas verdes. A pesquisadora Friederike Otto enfatizou a necessidade de ações imediatas, como fornecimento de água potável e restrições ao tráfego durante ondas de calor. O estudo, que envolveu instituições renomadas, alerta que, sem mudanças significativas, eventos como esse se tornarão cada vez mais frequentes e intensos.