A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou, na segunda-feira, o uso do lenacapavir, uma injeção semestral da Gilead, como uma nova ferramenta para a prevenção da infecção pelo HIV. A recomendação foi anunciada durante a Conferência Internacional sobre Aids em Kigali, Ruanda, e surge após a aprovação do medicamento pela agência reguladora de saúde dos Estados Unidos, oferecendo esperança renovada para pacientes na luta contra o vírus.
O lenacapavir representa uma alternativa de ação prolongada em comparação com as pílulas orais diárias, sendo especialmente benéfico para aqueles que enfrentam dificuldades com a adesão ao tratamento, estigmas sociais ou barreiras de acesso à saúde. "Embora uma vacina contra o HIV continue sendo difícil de ser obtida, o lenacapavir é a próxima melhor opção", afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
As recomendações da OMS ocorrem em um contexto preocupante, com 1,3 milhão de novas infecções por HIV projetadas para 2024, refletindo a estagnação nos esforços de prevenção e os desafios persistentes relacionados ao financiamento e ao estigma. Grupos mais afetados incluem profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, usuários de drogas injetáveis, além de crianças e adolescentes.
Além do lenacapavir, a OMS também sugeriu uma abordagem de saúde pública para o teste de HIV, utilizando testes rápidos que simplificariam o acesso ao diagnóstico, eliminando procedimentos complexos e onerosos. O lenacapavir, que pertence à classe dos inibidores de capsídeo, demonstrou quase 100% de eficácia na prevenção do HIV em ensaios clínicos realizados no ano passado.