A Organização Mundial da Saúde (OMS) e mais de 100 ONGs humanitárias, incluindo Save the Children e Médicos Sem Fronteiras (MSF), emitiram um alerta nesta quarta-feira, 23, sobre a rápida disseminação da "fome em massa" na Faixa de Gaza. O comunicado pede a suspensão das restrições israelenses e a urgência no envio de ajuda ao território palestino.
O alerta surge após a morte de 21 crianças por desnutrição em um único dia, conforme relatado por um hospital local. O Ministério da Saúde, sob controle do Hamas, informou que 33 pessoas, incluindo 12 crianças, faleceram devido à fome desde o último domingo, 20.
Em resposta, o porta-voz do governo israelense, David Mencer, negou que a fome seja causada por Israel, atribuindo a escassez à ação do Hamas. A situação se agrava com a condenação da União Europeia e de 28 países, que criticaram a lentidão na distribuição de ajuda humanitária, afirmando que o sofrimento da população civil atingiu novos níveis.
A Médicos Sem Fronteiras destacou um aumento sem precedentes na desnutrição aguda, alertando que até mesmo trabalhadores humanitários estão enfrentando dificuldades para se alimentar. Desde o fim do cessar-fogo em maio, Israel restringiu a entrega de ajuda, delegando a distribuição a uma organização privada americana, o que tem gerado críticas devido à distância dos pontos de distribuição em relação às comunidades afetadas.