A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou um alarmante aumento da desnutrição na Faixa de Gaza, resultando na morte de 21 crianças com menos de cinco anos. A informação foi divulgada na quarta-feira, 23 de julho de 2025, durante uma coletiva de imprensa do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Genebra, Suíça.
Tedros destacou que a agência ficou sem conseguir entregar alimentos ao território palestino por quase 80 dias, entre março e maio de 2025, devido à interrupção do fornecimento. Ele afirmou que os 2,1 milhões de habitantes de Gaza enfrentam não apenas os efeitos das hostilidades, mas também a fome, que tem provocado um aumento de doenças relacionadas à desnutrição.
O diretor-geral da OMS enfatizou que a crise alimentar foi intensificada pelo colapso das linhas de ajuda e pelas restrições de acesso. Desde 17 de julho, os centros de tratamento para desnutrição aguda grave estão superlotados e carecem de suprimentos adequados para alimentação de emergência. Tedros também informou que, entre 27 de maio e 21 de julho, 1.026 pessoas foram mortas em Gaza enquanto tentavam obter alimentos.
As dificuldades de acesso a alimentos foram exacerbadas pelo bloqueio imposto por Israel, que foi parcialmente suspenso em maio, mas ainda limita a entrada de ajuda humanitária. Tel Aviv justifica as restrições como uma medida de segurança para evitar que recursos sejam desviados para o grupo extremista Hamas, enquanto organizações humanitárias alertam que apenas uma fração da ajuda necessária chega à população local.