A ofensiva de verão da Rússia na Ucrânia tem apresentado resultados limitados, com poucas mudanças significativas no controle territorial nos últimos seis meses. Apesar de ganhos pontuais em vilarejos na região de Donetsk, a moral das tropas ucranianas continua baixa, exacerbada pelos intensos ataques aéreos que esgotam a defesa antiaérea do país. O presidente Volodymyr Zelensky avalia que é o momento de buscar uma saída diplomática mais ativa.
A destruição de cidades como Kharkiv, Sumy e Kryvy Rih mobilizou a diplomacia ucraniana e levou o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, a oferecer armamentos a Kiev. Trump também ameaçou impor tarifas de 100% sobre produtos russos caso não haja um desfecho diplomático em até 50 dias. Contudo, a eficácia dessa medida é questionável, dado que o comércio entre os EUA e a Rússia já caiu cerca de 90% desde a invasão da Ucrânia em 2022.
A Rússia, que possui uma longa história de sanções, enviou uma delegação à Turquia para novas negociações, mas o Kremlin alerta que não se deve esperar resultados milagrosos. Atualmente, cerca de 20% do território ucraniano está sob controle russo, e Moscou considera essas conquistas irreversíveis. Enquanto isso, Zelensky aguarda novos armamentos da OTAN e enfrenta a dura realidade de que a recuperação total dos territórios perdidos se torna cada vez mais improvável, com a meta atual sendo evitar a perda de mais 20%.
As conversas em solo turco, embora possam resultar em soluções infrutíferas, ressaltam a importância da diplomacia em meio ao conflito. Apesar das dificuldades, a busca por um entendimento político continua, refletindo a necessidade de abordar questões geopolíticas complexas por meio do diálogo.