A partir de 1º de agosto de 2025, obras de arte brasileiras estarão isentas das tarifas de 50% que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende aplicar a produtos importados do Brasil. Essa isenção é garantida pelo código da IEEPA (Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional), que protege certos bens durante a imposição de sanções ou tarifas emergenciais. Os EUA representam o principal mercado para as exportações de arte do Brasil, com 56% das vendas destinadas ao país.
De acordo com informações do Poder360, galeristas e organizadores de feiras estão atentos às mudanças na política comercial dos EUA, mas confiam na manutenção das isenções legais. A tabela oficial de tarifas dos EUA, o HTS, já isenta pinturas, esculturas e antiguidades de tarifas quando não há sanções. No entanto, itens como mobiliário contemporâneo e joias não estão cobertos pela proteção, o que pode resultar em aumento de custos para esses produtos.
Recentemente, o Financial Times destacou que galerias internacionais estão adotando uma postura defensiva, reduzindo envios de obras para os EUA devido à incerteza gerada pelas tarifas. Além disso, a feira Frieze New York alertou seus expositores sobre possíveis mudanças tarifárias, com relatos de cancelamentos de vendas significativas. O Brasil exportou US$ 31 milhões em obras de arte em 2023, representando 0,87% do mercado global, com os EUA sendo o principal destino.
Especialistas do setor, como Márcia Fortes e Renato Magalhães, expressaram preocupação inicial, mas demonstraram confiança nas isenções para obras de arte. Fortes sugere que o governo brasileiro poderia considerar uma política semelhante às isenções dos EUA, enquanto Magalhães observa que a AGAB está monitorando a situação. O impacto das tarifas no design ainda é incerto, mas algumas empresas acreditam na normalização do cenário.