O governo federal lança nesta semana o Plano Safra 2025/26, anunciado como o maior da história pelo terceiro ano consecutivo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com foco em grandes e pequenos produtores, o plano prevê um incremento de R$ 64 bilhões em crédito rural, alcançando R$ 200 bilhões direcionados à aquisição de CPRs e R$ 128,7 bilhões para linhas de crédito a juros livres. O anúncio oficial para a agricultura familiar será nesta segunda-feira, 31, no Palácio do Planalto, enquanto as condições para a agricultura empresarial serão divulgadas na terça-feira, 1º de agosto.
A ampliação do crédito se dá, principalmente, pelo aumento da exigência de aplicação das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) de 50% para 60%. Essa medida, segundo fontes do governo ouvidas pelo Globo Rural, visa liberar recursos adicionais sem impacto direto no Tesouro Nacional. No entanto, o plano também prevê um aumento de juros de até 2,5 pontos percentuais em todas as linhas de crédito, incluindo o Pronaf, em decorrência do orçamento mais apertado para 2025 e da taxa Selic em 15% ao ano. Essa alta nos juros, embora necessária para viabilizar o plano, impactará o custo do crédito para produtores de todos os portes, exigindo maior planejamento e gestão financeira. O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, destaca, contudo, um novo recorde de recursos para a agricultura familiar.
O Plano Safra 2025/26 representa uma aposta significativa na produção agrícola brasileira, buscando equilibrar o apoio a grandes empresas exportadoras com o fomento à agricultura familiar. A elevação das taxas de juros, porém, configura um desafio para os produtores, que precisarão se adaptar a um cenário de custo de crédito mais elevado. Os próximos meses serão cruciais para avaliar o impacto real das medidas anunciadas, observando a capacidade de absorção do crédito pelos diferentes segmentos do setor e sua influência na produção e na economia nacional. A sustentabilidade do modelo, diante de um contexto de incertezas econômicas, dependerá da eficiência na alocação dos recursos e da adaptação dos agricultores às novas condições de mercado.