Pesquisadores da Universidade Técnica da Dinamarca e do Scripps Research Institute anunciaram o desenvolvimento de uma plataforma de inteligência artificial (IA) que projeta proteínas personalizadas para reprogramar o sistema imunológico no combate ao câncer. A descoberta, publicada na revista Science, visa acelerar e aprimorar o desenvolvimento de imunoterapias adaptadas a diferentes tipos de câncer e a cada paciente.
A tecnologia, que cria um novo "conjunto de olhos" para as células T, permite identificar e atacar células tumorais de forma mais eficiente. Em vez de um processo longo de identificação de receptores naturais, a IA projeta miniligantes que se ligam a alvos específicos nas células cancerígenas, resultando em células T adaptadas, conhecidas como IMPAC-T.
Os testes laboratoriais mostraram que essas células foram eficazes contra o marcador NY-ESO-1, presente em diversos tipos de câncer, e a técnica já foi aplicada em um paciente com melanoma metastático. A pesquisa também prioriza a segurança, utilizando IA para prever riscos e eliminar moléculas potencialmente prejudiciais antes dos testes.
Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores estimam que levará cerca de cinco anos até que os primeiros testes clínicos em humanos sejam realizados. A abordagem tem o potencial de transformar o tratamento oncológico, tornando-o mais rápido, preciso e seguro, seguindo um processo similar ao das terapias com células CAR-T.