Pesquisadores da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU) e do Scripps Research Institute, nos Estados Unidos, desenvolveram uma plataforma de inteligência artificial (IA) que projeta proteínas personalizadas para reprogramar o sistema imunológico a atacar células tumorais. A descoberta, publicada na revista Science, pode acelerar e aprimorar o desenvolvimento de imunoterapias adaptadas a diferentes tipos de câncer e a características individuais de cada paciente.
A tecnologia inovadora permite que as células T, responsáveis pela defesa do organismo, sejam guiadas diretamente até as células cancerígenas. Segundo o professor Timothy P. Jenkins, um dos líderes do estudo, a IA cria "um novo conjunto de olhos" para o sistema imunológico, projetando chaves moleculares que facilitam essa identificação.
Os cientistas também implementaram um sistema de triagem virtual para prever riscos, garantindo que os miniligantes projetados não se liguem a células saudáveis, o que poderia comprometer a eficácia do tratamento e aumentar os efeitos colaterais. A professora Sine Reker Hadrup, coautora da pesquisa, destaca a importância dessa verificação de segurança digital na fase de design das moléculas.
Embora os resultados em laboratório sejam promissores, a equipe estima que levará cerca de cinco anos para iniciar os testes clínicos em humanos. O tratamento, que se assemelha às terapias com células CAR-T, promete transformar o cenário oncológico, oferecendo uma abordagem mais rápida, precisa e segura para pacientes com câncer.