O Estado do Rio de Janeiro abriga mais de 1 milhão de nordestinos, conforme dados do IBGE, que contribuíram significativamente para a cultura local. A migração em busca de melhores oportunidades, especialmente durante as secas no Nordeste a partir da década de 1940, levou muitos a se estabelecerem na capital fluminense, onde suas tradições e hábitos se tornaram parte essencial da identidade carioca.
Fernando Gonçalves dos Santos, que chegou ao Rio em 1958, é um exemplo dessa trajetória. Com apenas 19 anos, ele trabalhou na construção civil e, após ser demitido, decidiu abrir um comércio no Parque União, no Complexo da Maré, onde 40% da população é nordestina. A história de Fernando reflete o espírito empreendedor que caracteriza muitos imigrantes, segundo o historiador Mário Brum, que destaca a importância dessa contribuição para o desenvolvimento econômico da cidade.
Além de Fernando, outros migrantes, como o médico e empresário Josier Marques Vilar, também compartilham histórias de superação e adaptação. Josier, que se mudou para Niterói na infância, relembra as dificuldades enfrentadas por sua família, que buscava uma vida melhor no Sudeste. A presença nordestina no Rio é notável em diversos setores, especialmente na construção civil, onde muitos contribuíram para obras significativas, como a Avenida Brasil e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).