O Estado do Rio de Janeiro abriga mais de 1 milhão de nordestinos, segundo dados do IBGE, que contribuíram significativamente para a cultura local. A migração, impulsionada por dificuldades no Nordeste, começou a se intensificar na década de 1940, quando muitos deixaram suas terras em busca de melhores oportunidades no Sudeste. O sociólogo César Marques destaca que, até o final da década de 1970, 10% da população carioca era composta por migrantes nordestinos.
Histórias como a de Fernando Gonçalves dos Santos, que chegou ao Rio em 1958, exemplificam essa trajetória. Com apenas 19 anos, ele trabalhou na construção civil e, após ser demitido, decidiu abrir um pequeno comércio no Parque União, no Complexo da Maré, onde 40% da população é nordestina. Fernando relembra as dificuldades enfrentadas e a promessa feita ao irmão de que nunca mais teria um patrão.
O historiador Mário Brum ressalta o espírito empreendedor dos migrantes, que buscam construir uma nova vida em um ambiente desconhecido. Exemplos como o do médico e empresário Josier Marques Vilar, que se mudou para Niterói na infância, reforçam a importância da contribuição nordestina para a economia carioca. Com a construção de obras fundamentais, como a Avenida Brasil e a UFRJ, a presença nordestina no Rio de Janeiro se consolidou como um pilar essencial para o desenvolvimento da cidade.