O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi indicado para relatar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, uma decisão que provoca reações na oposição e entre aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A escolha ocorre em um contexto de crescente pressão sobre Motta, que tem enfrentado críticas nas redes sociais, especialmente após sua tentativa de derrubar um decreto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Durante uma reunião de líderes realizada na terça-feira (8), apoiadores de Motta manifestaram solidariedade ao presidente da Câmara, que se mostrou incomodado com as críticas direcionadas a sua gestão. O Partido dos Trabalhadores (PT) aproveitou a situação para divulgar vídeos que enfatizam a desigualdade tributária, sem mencionar diretamente o Congresso, mas insinuando um descontentamento com a administração atual.
A indicação de Ferreira é vista por alguns integrantes do PL como uma estratégia de Motta para pressionar o governo a buscar um diálogo mais efetivo, enquanto outros temem que a CPMI possa perder relevância e visibilidade em meio a outras pautas legislativas. Nikolas Ferreira, conhecido por seu perfil combativo e engajamento nas redes sociais, já havia se destacado anteriormente ao criticar as regras de fiscalização do Pix, acumulando 300 milhões de visualizações em um vídeo sobre o tema.
O líder do Novo na Câmara, Marcel van Hattem (RS), defendeu a qualificação de Ferreira para a relatoria e garantiu o apoio da oposição. No entanto, Ferreira expressou preocupações sobre a possibilidade de a comissão ser esvaziada, o que poderia prejudicar sua imagem política em um ano eleitoral crucial, como 2026. Líderes da Câmara acreditam que a chance de Motta indicar um nome do PL para a relatoria é mínima, considerando que ele possui 'bom senso' em suas decisões.