O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, perdeu a maioria no Knesset, o Parlamento israelense, após o partido ortodoxo Shas anunciar sua saída da coalizão governista na quarta-feira, 16 de julho de 2025. Com a retirada do Shas, a base de apoio de Netanyahu foi reduzida para 50 dos 120 assentos, complicando a aprovação de projetos legislativos. Apesar da saída, o partido declarou que continuará a apoiar o premiê, mas não fará parte oficialmente do bloco governista.
A ruptura entre o Shas e o governo ocorreu devido a divergências sobre a isenção do serviço militar para homens ortodoxos, conhecidos como haredim. O ministro do Gabinete do Shas, Michael Malkieli, destacou que, diante da situação atual, não era viável continuar como parceiro do governo. A decisão do Shas foi precedida pela retirada do UTJ (Judaísmo Unido da Torá), outro partido ortodoxo, que também se afastou da coalizão por questões relacionadas às isenções militares.
Com a saída dos dois partidos, Netanyahu enfrenta um cenário desafiador, já que sua coalizão agora conta com menos da metade dos assentos no Knesset. O premiê pretende utilizar o período de férias de verão do Parlamento, que se inicia no final de julho e dura três meses, para buscar uma solução que evite a perda de sua posição no cargo. A questão das isenções militares para estudantes ortodoxos continua a ser um tema controverso na política israelense, gerando debates sobre a equidade e a necessidade de serviço militar em um país que enfrenta múltiplos desafios.