As transações com o dólar digital Tether (USDT) no Brasil atingiram R$ 9,63 bilhões em junho, conforme dados da Biscoint. Este volume representa um crescimento de 32% em comparação a maio, quando foram negociados R$ 7,29 bilhões. O aumento coincide com a decisão do governo federal de elevar as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para operações de transferências internacionais, uma medida que visava promover justiça fiscal.
Após o aumento do IOF, o Congresso anulou a medida por meio de um decreto legislativo, levando o Executivo a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF). O governo argumentou que a ação do Legislativo violou prerrogativas constitucionais. Na última sexta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes suspendeu os efeitos tanto do decreto do governo quanto do decreto legislativo e convocou uma audiência de conciliação entre os dois Poderes para o dia 15 de julho.
Os dados indicam uma crescente movimentação no USDT, que é frequentemente utilizado como uma alternativa informal para remessas internacionais. Apesar das orientações preliminares do Banco Central, ainda não existe uma regulamentação definitiva que classifique as transações com stablecoins como equivalentes a operações de câmbio, permitindo que essas transações ocorram em um ambiente com menor regulação tributária. O volume de unidades negociadas subiu de 1,28 bilhão para 1,73 bilhão, e a média diária de negociações aumentou de R$ 41,28 milhões para R$ 57,66 milhões. A Binance continua a liderar o mercado, com 81,9% de participação no par USDT-BRL, enquanto a corretora brasileira BitPreço detém 5,4%.