A música popular brasileira, historicamente marcada por letras que perpetuam visões machistas sobre o papel das mulheres, começa a passar por uma transformação significativa desde os anos 2000. Cantoras brasileiras têm se levantado contra essas narrativas, criando obras autorais que promovem o empoderamento feminino e a autonomia. Esse movimento se manifesta tanto em respostas diretas a canções machistas quanto em composições originais que celebram a liberdade feminina.
Um dos marcos dessa mudança ocorreu em 2013, quando Ana Carolina lançou "Resposta da Rita", uma reinterpretação da canção "Essa Mulher" de Chico Buarque. Enquanto a obra original apresenta a mulher como uma figura passiva, Ana Carolina dá voz a Rita, transformando-a em protagonista de sua própria história. Essa abordagem inovadora abriu espaço para outras artistas, como Bia Ferreira, que em 2019 lançou "Não Precisa Ser Amélia", desafiando os papéis tradicionais impostos às mulheres.
Além das respostas a canções clássicas, diversas compositoras têm criado hinos de empoderamento feminino. Por exemplo, "Maria da Vila Matilde" de Elza Soares, que aborda a superação de relacionamentos abusivos, e a obra de Rita Lee, que sempre desafiou as normas de comportamento feminino. Esse cenário atual reflete uma luta contínua contra o machismo na música brasileira, com artistas que não apenas respondem, mas também afirmam a força e a autonomia das mulheres na sociedade.