O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou nesta segunda-feira (21) uma campanha nacional com o questionamento "Lula, cadê a reforma agrária?". A iniciativa visa pressionar o governo federal por ações concretas na implementação da reforma agrária no Brasil, em meio a crescentes insatisfações com a condução da política agrária desde o início da gestão atual.
A nova estratégia do MST busca estabelecer um diálogo direto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem intermediários. O movimento, que apoiou a eleição de Lula em 2022, critica a lentidão do processo de reforma agrária e o congelamento de recursos destinados à agricultura familiar, além de apontar que mais de 122 mil famílias estão acampadas e cerca de 400 mil famílias assentadas aguardam políticas públicas para melhorar a produção de alimentos.
Em uma carta divulgada, o MST destaca a conexão entre a defesa da soberania nacional e a soberania alimentar, alertando sobre a subordinação da agricultura brasileira a interesses de empresas transnacionais. O movimento também se opõe a projetos de lei que considera prejudiciais à reforma agrária e ao meio ambiente, como a flexibilização das regras de licenciamento ambiental e a proposta que permite ações policiais sem ordem judicial em ocupações rurais e urbanas.
O MST ainda solicita a substituição do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, responsabilizando-o pela atual situação da reforma agrária. O movimento questiona: "Após mais de 3 anos de governo Lula, a reforma agrária continua paralisada — e as famílias acampadas e assentadas se perguntam: Lula, cadê a reforma agrária?"