O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou, nesta segunda-feira (21 de julho de 2025), uma campanha nacional com o questionamento "Lula, cadê a reforma agrária?". A iniciativa visa pressionar o governo federal por ações concretas na implementação da reforma agrária no Brasil, em meio a crescentes insatisfações com a condução da política agrária atual.
A nova estratégia do MST busca um diálogo direto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem intermediários. O movimento, que apoiou a eleição de Lula em 2022, expressa descontentamento com a lentidão no processo de reforma agrária e a paralisação de recursos destinados à agricultura familiar. Em sua carta, o MST destaca a importância da reforma agrária como um instrumento de defesa das terras brasileiras contra a influência do agronegócio e das empresas transnacionais.
Dados do MST revelam que mais de 122 mil famílias estão acampadas em todo o Brasil, enquanto cerca de 400 mil famílias assentadas aguardam políticas públicas que melhorem a produção de alimentos. O movimento critica ainda projetos de lei que considera prejudiciais à reforma agrária e ao meio ambiente, incluindo um que flexibiliza regras de licenciamento ambiental e outro que permite ação policial em ocupações rurais e urbanas sem ordem judicial.
O MST solicita a substituição do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, responsabilizando-o pela atual situação da reforma agrária. O movimento também critica a manutenção de normas do governo anterior que facilitam a mineração e grandes obras em áreas de assentamentos rurais, reafirmando que a soberania nacional está intrinsecamente ligada à soberania alimentar.