O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última segunda-feira (21), exigindo avanços na reforma agrária. A ação faz parte da campanha nacional "Lula, cadê a reforma agrária?", que visa pressionar o governo a acelerar a implementação de políticas voltadas para o campo. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, por sua vez, afirmou que o ritmo da reforma foi retomado e que pretende estabelecer recordes históricos na área.
Na correspondência, o MST destaca a reforma agrária como crucial para a soberania nacional e alimentar, criticando a lentidão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do próprio ministério, liderado por Paulo Teixeira. O movimento ressalta que atualmente 122 mil famílias estão acampadas e 400 mil assentadas, aguardando políticas públicas que melhorem a produção de alimentos e o desenvolvimento de seus lotes.
Além das críticas à reforma agrária, o MST se opôs à aprovação de um projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, à proposta que permite ações policiais sem ordem judicial em ocupações e à manutenção de normas que autorizam mineração e grandes obras em áreas de assentamento. Em resposta, o Ministério do Desenvolvimento Agrário informou que, apenas em 2023, quase 14 mil novos lotes foram disponibilizados e que todas as famílias acampadas devem ser homologadas até o final de 2025, reafirmando o compromisso do governo com a pauta agrária.