Na quarta-feira (23), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal (PF) realizaram uma operação em Perobal, no noroeste do Paraná, onde resgataram 18 trabalhadores paraguaios que estavam em condições análogas à escravidão. Os imigrantes, aliciados no interior do Paraguai, eram levados ao Brasil para prestar serviços na colheita de mandioca em uma propriedade rural, onde viviam em condições precárias e sem direitos trabalhistas. Um homem suspeito de aliciá-los foi preso durante a operação, que contou com o apoio do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron).
Os trabalhadores, que não possuíam registro em carteira e recebiam salários inferiores aos de brasileiros na mesma função, foram encontrados em alojamentos improvisados, sem condições mínimas de higiene e segurança. O MPT apurou que eles eram transportados em uma Kombi, junto com ferramentas, e que o empregador descontava o custo do transporte dos primeiros salários. Após o resgate, os trabalhadores manifestaram interesse em retornar ao Paraguai e foram levados para a Associação de Apoio à Promoção Profissional (APROMO) em Umuarama.
A previsão é que eles sejam repatriados nesta sexta-feira (25) com o auxílio do Consulado do Paraguai em Guaíra. O responsável pela propriedade rural será processado por reduzir pessoas à condição análoga à de escravo, enquanto a investigação prossegue para identificar possíveis conexões com outras propriedades e aliciadores. O caso destaca a necessidade de vigilância contínua contra práticas de trabalho escravo e exploração de trabalhadores imigrantes no Brasil.