O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) realizou uma fiscalização em uma ocupação improvisada que abriga mais de 400 indígenas da etnia Warao, localizada em um antigo ginásio no bairro Pintolândia, em Boa Vista. A ação ocorreu na terça-feira (8) e foi divulgada na última sexta-feira (11) pelo órgão. O objetivo da diligência foi verificar as condições de vida dos refugiados e imigrantes venezuelanos que residem no local, além de identificar suas principais necessidades.
Durante a visita, os Promotores de Justiça se reuniram com líderes da comunidade e ouviram relatos sobre as dificuldades enfrentadas, destacando que quase metade da população é composta por crianças, muitas delas nascidas na ocupação e vivendo em situação de vulnerabilidade. O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Vítimas, Minorias e Direitos Humanos (GAEVI-MDH), André Paulo dos Santos Pereira, informou que as informações coletadas resultarão em um relatório que será enviado aos órgãos competentes para a adoção de medidas necessárias.
A ocupação, que anteriormente funcionava como abrigo da Operação Acolhida, foi desativada em março de 2022, mas ainda abriga migrantes. A situação da comunidade se torna ainda mais preocupante após o assassinato de um casal de migrantes indígenas em janeiro deste ano, que deixou oito filhos, incluindo um bebê que sobreviveu a um ataque a tiros. O MPRR se comprometeu a acompanhar de perto a situação e buscar alternativas em conjunto com outros órgãos públicos para apoiar essa população vulnerável.