O Ministério Público Federal (MPF) protocolou na Justiça Federal do Distrito Federal um pedido de suspensão do Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2025, conhecido como o 'ENEM dos concursos'. O requerimento foi apresentado na última quarta-feira, 2, após a divulgação do novo edital, que, segundo o MPF, ignora problemas já identificados na edição anterior relacionados ao cumprimento das cotas raciais estabelecidas por lei.
O MPF recebeu diversas denúncias de candidatos que participaram da primeira edição do CNU, apontando falhas no processo de heteroidentificação, falta de transparência e dificuldades para interposição de recursos. Em junho, o órgão já havia ajuizado uma ação civil pública contra a Fundação Cesgranrio e a União, representada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Até o fechamento desta matéria, Cesgranrio e MGI não se pronunciaram sobre o assunto.
No pedido, o MPF detalha as fragilidades do edital e solicita a correção dos problemas, além da implementação de novas medidas eficazes. Apesar das recomendações, o novo edital foi publicado sem as alterações sugeridas. O MPF critica a manutenção de práticas como o uso de sorteios para a distribuição de cotas em cargos com poucas vagas, o que compromete a transparência e a efetividade das políticas de ação afirmativa, e a falta de um cadastro de reserva separado por modalidade de cota, dificultando o acompanhamento das nomeações.
Além das falhas apontadas, o CNU de 2024 já enfrentou atrasos na divulgação dos resultados finais, que estavam previstos para novembro, mas foram adiados após um acordo judicial que exigiu reavaliação de provas discursivas e revisão de eliminações por erros no cartão-resposta.