O Ministério Público Federal (MPF) solicitou nesta quinta-feira (3) à Justiça Federal do Distrito Federal a suspensão imediata da segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) de 2025, que oferece 3.652 vagas em 32 órgãos do poder Executivo federal. O pedido foi feito após o certame ser lançado na última segunda-feira (30) pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), sem a correção de falhas estruturais apontadas em uma ação civil pública ajuizada uma semana antes.
O MPF argumenta que o edital do concurso mantém problemas já identificados na primeira edição, realizada em 2024, especialmente em relação às comissões de heteroidentificação e à transparência nos critérios de aplicação das cotas raciais. Segundo a Procuradoria da República, as decisões dessas comissões continuam a ser definitivas, contrariando princípios de contraditório e ampla defesa, além de não haver clareza sobre o sorteio de vagas para cotas raciais.
Em resposta ao pedido do MPF, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que ainda não foi intimada sobre qualquer decisão judicial relacionada ao caso. O Ministério da Gestão, por sua vez, declarou que não recebeu notificação da Justiça Federal sobre o processo. O MPF enfatiza que a suspensão do concurso é crucial para evitar prejuízos à efetividade das políticas de ações afirmativas e aos candidatos cotistas.